Texto da professora
Patrícia Paegle (EMEF Angelo de Luca)
Penso que encantamento é a
palavra que melhor traduz aquilo que sinto ao ver meus alunos virando e
revirando um cubo mágico em suas mãos.
Numa das reuniões de formação dos
professores de Matemática da Rede Municipal de Ensino, conheci a proposta de
trabalho com o cubo mágico a partir da experiência vivenciada pela colega e
professora Ana Lúcia. Considerei a idéia bastante interessante, acessível e
oportuna para ser desenvolvida com meus alunos. Porém, confesso que o maior e
mais forte motivo pelo qual o cubo me atingiu, foi o fato de que eu mesma não
sabia montar um cubo mágico... e isso me tirou da zona de conforto e me levou a
tomar uma decisão: Eu quero aprender a montar o cubo mágico!
Levei a proposta para as turmas
nas quais atuo e, de pronto, já fui deixando claro aos meus alunos que eu não
sabia montar o cubo, mas estava muito decidida a aprender e não desistiria,
mesmo sabendo que isso exigiria busca, treino e persistência.
Nenhum de meus alunos também sabia
montar o cubo. Então partimos juntos do mesmo ponto... Apresentei os vídeos
sugeridos pela colega Ana Lúcia e passei a levar meus dois cubos para as aulas,
deixava-os sobre a mesa para lembrar a todos, inclusive a mim mesma, o desafio
que nos fora proposto. Para minha grata surpresa, em uma semana, alguns alunos
me procuraram para dizer que já haviam aprendido. Passados mais alguns dias... Um,
dois, três, dez, quinze, vinte alunos montando o cubo mágico!!!!
E é nesse movimento que surge o
meu encantamento! Vê-los envolvidos com algo desafiador e saudável, fazendo
algo pelo prazer de aprender é muito gratificante. Não é necessário verbalizar,
mas sei que eles se vêem capazes quando montam o cubo. Vê-los partilhando a
alegria da conquista, o sorriso de quem aprendeu e o olhar de aprovação dos
demais, faz com que os objetivos da minha área, sempre tão racionais e
técnicos, assumam uma postura mais sensível, voltada para o ser do aprendiz. Vê-los interagir entre si a fim de buscar
dicas, passos, técnicas, faz-me acreditar nas potencialidades que cada um de
nós tem, sejam elas em que áreas do conhecimento estiverem. Eu mesma aprendi a
concluir a montagem do cubo seguindo as orientações de um aluno! Isso não é
fantástico? Já nos dizia Guimarães Rosa: “Mestre não é quem sempre ensina, mas
quem de repente aprende”.
Num momento de reflexão em sala
de aula, incentivei os alunos a levarem a experiência com cubo para a sua vida
pessoal. Que esses jovens possam sentir-se capazes diante dos desafios, sem
esquecer que tais desafios exigem persistência e dedicação. Trabalhar com o
cubo está sendo uma experiência muito feliz!
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