terça-feira, 31 de maio de 2016

ENCONTRO: 1 DE JUNHO DE 2016

Mensagem: Rogério Martins, apresentador do Programa Isto é Matemática.
Clique na imagem para pensar um pouco nas palavras desse professor e talvez, sentir-se mais tranquilo quanto ao seu trabalho como professor de matemática!
"Rogério, sugerimos um programa que trate de polinômios!"

ALGEPLAN
Esse material é conhecido como Algeplan. A ideia de apresentá-lo ao grupo surgiu no encontro anterior quando uma professora falou que gostaria que os encontros fossem momentos de trocas de experiências e comentou sobre a dificuldade de trabalhar com os polinômios. As sugestões serão enviadas por email.

BNCC de Matemática
Publicado em 3 de dez de 2015
Desafios da Educação: Especial - O currículo de Matemática na Base Nacional Comum Curricular 
(Célia Carolino Pires - UFMS)
A pesquisadora Célia Carolino Pires comenta o currículo de Matemática da Base Nacional Comum Curricular. O Ministério da Educação recebe sugestões da sociedade para o documento que definirá os conteúdos mínimos obrigatórios a todos os alunos brasileiros.

Assistimos esse vídeo que trata do assunto: é muito interessante!

Conversamos sobre a análise do professor Cristiano Muniz. Você pode fazer o download.

Lemos as observações do professor Antônio José Lopes (Bigode), autor de livros didáticos.
Pedi autorização a ele para postar em nosso blog, pois alguns pontos são polêmicos. Como foi autorizado, estamos compartilhando nesse espaço.

Opinião sobre a BNCC escrita por Antonio José Lopes (Bigode)
Proponho um olhar mais global.
1) Os argumentos sobre a necessidade da Base Nacional Comum não estão claros, o discurso dos defensores (reformadores empresariais) é dúbio e marcado por atos falhos como o de dizer que a escola privada não precisa da base, somente a escola pública. Se entendermos que sim, precisamos da base, a questão é discutir que base queremos, se é este formato engessado e sem fundamentação ou outro;
2) O BNCC brasileiro foi escrito em 2 meses, por uma técnica de clonagem desavergonhada traduzindo itens inteiros e mesclando do currículo australiano (que levou 8 anos para ser construído) e do Common Core americano (que levou outros tantos);
3) Em matemática apenas um dos redatores tem alguma produção sobre currículo, não foram chamados educadores ou especialistas em currículo ou em avaliação para se evitar ter que discutir os moldes e princípios em que a base foi elaborada;
4) O BNCC atende à indústria editorial e de testes por pressão de empresas privadas com interesses no MEC e na privatização da escola pública;
5) Ignora o que havia antes dos PCNs aos Direitos de Aprendizagem que foram publicados em dezembro de 2014 e em seguida foram para o lixo. De acordo com analistas críticos do próprio MEC viola princípios da LDB;
6) Desconhece ou ignora programas recentes e materiais que existem e estão na memória dos professores como o PNAIC e o GESTAR;
7) Traz um concepção equivocada de que todos os alunos da mesma idade podem aprender do mesmo jeito e num mesmo tempo, diz que os alunos do 1o ano tem que aprender os números até o 30, quando a maioria das crianças faz contagens até 100;
8) Amarra conteúdos por série, definindo que tal assunto é de um ano e tal assunto é de outro ano, passando por cima dos estudos sobre cognição e aprendizagem;
9) A grade é engessada e o que deveria ser o “mínimo” é extenso;
10) Propõe uma abordagem fragmentada e é descontínua. As disciplinas não "conversam" entre si;
11) Não fundamenta nenhuma das escolhas;
12) Ignora as abordagens metodológicas que podem determinar como se dará a aprendizagem como a questão da interdisciplinaridade, a abordagem e o uso da história da matemática;
 13) Pasteuriza o ensino e tenta amarrar o professor passando por cima de seus saberes;
 14) Reinventa a roda propondo que "o trabalho com a geometria analítica deve ser proposto de modo articulado com a álgebra" (BNCC, pg. 581). E daria para ser diferente ? Não foi com este propósito que a GA foi criada por Descartes e Fermat? Há outros tópicos da grade proposta inviáveis de serem implantados tal com está proposto;
15) O principal propósito da BNCC não é a aprendizagem e sim o controle e a indústria de testes pilotada pelos reformadores privados da Educação que é o negócio do momento, veja a tentativa de apostilar o Brasil todo e os "interessados"  que fazem lobby e tentam ditar as diretrizes da educação pública: Itaú - Unibanco, Bradesco, Santander, Gerdau, Natura, Fundação Victor Civita, Fundação Ayrton Senna, Fundação Roberto Marinho, Camargo Corrêa, Fundação Lemann e Todos pela Educação e Amigos da Escola (que são fachadas destas mesmas empresas privadas);
16) Não vejo o BNCC como um documento curricular e sim como uma matriz de descritores de avaliações de larga escala cuja finalidade é o mercado, os reformadores empresariais e governantes que pretendem implantar um controle de professores com o discurso da meritocracia para justificar do fechamento à privatização de escolas ao arrocho salarial do professorado das escolas públicas, como já acontece em muitos estados (PR, GO, SP, MT, PE, etc.).

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